A difícil lição das aulas remotas na rede pública; veja como vão funcionar

Um novo sistema de ensino posto à prova
Imagem meramente ilustrativa

A difícil decisão do início das aulas remotas no estado, no dia 15 de março, será um grande teste – e até uma lição - para estudantes, governo e professores, diante do desafio que está exposto desde já: a cada 100 estudantes da rede apenas 60 têm acesso a internet nas residências. Então... como fazer para oferecer um serviço aparentemente engessado para clientes de realidades tão distintas? A resposta é: união.

“Para além das aulas remotas (via internet), haverá um “caderno virtual” onde serão feitas impressões do conteúdo para atender aos alunos que não têm acesso à Internet. Estes cadernos deverão ser obtidos nas escolas e nas localidades onde estão matriculados”, detalha a professora Leninha Vila Nova, coordenadora do NTE 05, órgão responsável pelas políticas públicas de educação no sul da Bahia que atende a 40 mil dos 800 mil alunos que compõem a rede estadual.

A TVE – Televisão Educativa da Bahia, que este ano ganhou importante expansão no estado, disponibilizará um canal 24 horas para exibição das aulas. E os alunos que não tiverem acesso à Internet residencial e necessitarem do auxílio de um computador para determinada atividade escolar, poderão agendar horários nas escolas para o uso dos equipamentos coletivos. “Nada será mais como antes. Nem mesmo no período pós-pandemia voltaremos ao modelo tradicional de ensino”, reconhece Leninha. Cada escola vai criar seu instrumento de avaliação. O que valerá como processo avaliativo será a produção do aluno e sua participação em sala de aula virtual, ao vivo.

Para tentar evitar uma explosão de evasão escolar, o governo está criando uma corrente de comunicação entre escola e famílias. Pais estarão envolvidos no ano escolar. Um comitê gestor vai acompanhar as ações, frequências e participações dos alunos durante o período escolar. Cada escola vai relacionar grupos com lideranças estudantis para ter uma relação mais direta com o alunado e suas necessidades emergenciais. Tomara que funcione.

A estratégia do Governo do Estado para a educação pública na Bahia ainda para este ano perpassa por um modelo Remoto Planejado, dividido em três etapas: remota (via internet), que é a do momento; híbrida (com momentos presenciais e internet) e presencial (quando todos os profissionais da educação estiverem vacinados e parcela significativa da sociedade também). No dia 15 de março, será a vez da forma remota, apenas. Os alunos que já fazem parte da rede  já estão devida e automaticamente matriculados. Não necessitam procurar a unidade escolar.

A matrícula para quem está fora da rede ocorrerá a partir do dia 5 de abril. O processo será remoto. A ida à escola ocorrerá de forma agendada apenas para a entrega dos documentos comprobatórios. O NTE já possui uma lista dos estudantes do 9º ano da rede pública, mas a possibilidade também estará aberta a estudantes originalmente da rede privada que queiram mudar para a pública.